Investimento poderá ser passo importante para que Portugal ganhe a corrida à instalação de uma gigafábrica de IA, que a Comissão Europeia pretende implementar na Europa.
A Microsoft vai investir 10 mil milhões de dólares (cerca de 8,6 mil milhões de euros) no centro de dados de Sines, confirmou a gigante tecnológica num comunicado divulgado esta terça-feira, depois de a informação ter sido avançada ao início da manhã pelo Jornal de Negócios.
"Estamos a investir 10 mil milhões de dólares em Portugal, em Sines, com a Start Campus e a Nscale", afirmou Brad Smith, presidente da Microsoft, em entrevista ao Negócios, explicando que este investimento "é maior do que todos os investimentos em centros de dados que a empresa já fez em Espanha".
O presidente da empresa norte-americana, que está em Lisboa para participar na Web Summit, refere que atecnológica está a reforçar a aposta em Portugal, com investimentos que fazem o país ganhar a corrida na instalação de gigafábrica de inteligência artificial (IA).
Em outubro, a Microsoft e a Nscale anunciaram serem os primeiros inquilinos do edifício da Start Campus, em Sines, prevendo a instalação de 12.600 placas gráficas de última geração da Nvidia no Centro de Dados de Sines.
Segundo a empresa, este é "um dos maiores investimentos em capacidade computacional de IA na Europa", posicionando o país "como líder no desenvolvimento de IA escalável, segura e sustentável".
"A infraestrutura irá suportar cargas de trabalho avançadas de IA em vários setores e está alinhada com o Compromisso Digital para a Europa da Microsoft, que prevê duplicar a capacidade dos data centers em 16 países europeus até 2027".
Governo quer posicionar Portugal como "hub europeu líder para as gigafábricas de IA"
O Governo quer posicionar Portugal como um "hub europeu líder para as gigafábricas de IA, com um investimento estimado superior a 16 mil milhões de euros", anunciou Gonçalo Matias, ministro adjunto e da Reforma do Estado, durante a cerimónia de abertura da Web Summit.
Gonçalo Matias garantiu que o executivo está "ativamente a apoiar a candidatura [portuguesa] à gigafábrica de IA junto da Comissão Europeia, unindo tecnológicas nacionais e internacionais a moldar o futuro da IA na Europa".
O projecto, apresentado pelo Banco Português de Fomento, se vier a obter luz verde de Bruxelas, instalar-se-á em Sines, implicando um investimento na ordem dos 4 mil milhões de euros, financiado com dinheiros públicos e privados.
O ministro destacou o impacto da inteligência artificial como motor da economia, com um impacto de 2,3 biliões de euros até 2030.
"A estratégia nacional para os data centers irá trazer dezenas de mil milhões de euros de investimento, enquanto uma cloud soberana nacional irá assegurar independência, confiança e segurança", afirmou, realçando que Portugal "oferece uma posição estratégica verdadeiramente excecional".
"É um hyper-hub de cabos submarinos ligando o mundo, enquanto Lisboa lista entre as cidades transcontinentais com mais ligações do mundo. Esta conectividade é completada com um ecossistema altamente profissional, construído através de parcerias com universidades de hubs de inovação de qualidade mundial", destacou.
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